Alzheimer: o que é, causas e como lidar com a doença

Receber um diagnóstico de Alzheimer pressiona a família do doente a estabelecer novas mudanças na rotina de todos os familiares.  

Além disso, perguntas como: em quanto tempo ele ainda vai se lembrar de nós? Como vamos cuidar dele? Teremos recursos para bancar cuidados e medicamentos? Será que precisaremos colocá-lo numa instituição? – circundam a mente de todos ao redor do paciente.  

Já são mais de 50 milhões de portadores da doença em todo o globo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), esse número deve triplicar em 30 anos.   

O que faz acender uma luz vermelha nas planilhas das autoridades sanitárias, já que o envelhecimento é um dos principais fatores de risco para desenvolver a condição.  

Assim, quanto mais a população mundial viver – e as estimativas apontam que os idosos passarão de 2 bilhões em todo o mundo em 2050 –, maior será o contingente de pessoas com a doença.  

Por todas essas questões urgentes entende-se que o Alzheimer é realmente uma doença assustadora, que interrompe a vida não só do doente, mas de todos que o amam.   

Neste artigo, iremos desdobrar o tema para além das causas e sintomas. Fique até o final e boa leitura!  

O que é Alzheimer?  

Para o Ministério da Saúde, a Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo que se manifesta pela deterioração cognitiva da memória, além do comprometimento progressivo das atividades de vida diária.   

Dessa forma, o primeiro sintoma, e o mais característico, é a perda de memória recente.   

Com a progressão da doença, vão aparecendo sintomas mais graves como, a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), bem como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo.  

Considerada a demência mais comum, a Doença de Alzheimer é causada pelo depósito de duas proteínas no cérebro: a beta-amiloide, que se acumula em placas nos espaços existentes entre os neurônios; e a tau, que se concentra dentro deles.   

Como consequência desse processo, há uma perda progressiva de neurônios no hipocampo, que rege a memória, e no córtex cerebral, que também é essencial para as lembranças, mas igualmente para a linguagem e a articulação, o reconhecimento de estímulos relacionados aos cinco sentidos e o pensamento abstrato.  

A morte das células neuronais dessas áreas provoca declínio cognitivo. Assim, vai desaprendendo na pessoa o que ela adquiriu em matéria de conhecimento ao longo da vida, e esquecimento das lembranças. Primeiro das mais recentes, depois das remotas.   

Por isso, o quadro progride com desorientação no tempo e no espaço, aumentando a dificuldade de comunicação e de raciocínio. Até o ponto em que o portador fique completamente dependente, sem nenhuma identidade.  

Quais as causas da doença?  

Ainda não se sabe ao certo o que pode provocá-la, mas acredita-se que o fator genético seja determinante. Outras razões também podem influenciar, tais como:  

  • Idade avançada;  
  • Grau de instrução;  
  • Escolaridade; 
  • Nível cultural.  

Essas três últimas, podem interferir poque pessoas mais intelectualizadas desenvolvem mais conexões entre os neurônios, permitindo que os estímulos nervosos contornem as áreas lesionadas.  

Quais são os sintomas mais significativos?  

É muito comum as pessoas acharem que a Doença de Alzheimer é caracterizada pela perda de memória. Mas este não é o único. Desse modo, o indício mais importante para o problema é a demência, que até pouco tempo acreditava-se ter uma única forma de manifestação, mas tem várias. Veja alguns:  

  • Irritabilidade e agressividade;  
  • Comportamento repetitivo;  
  • Dificuldade para acompanhar conversas;  
  • Interpretações equivocadas de estímulos externos;  
  • Perda da capacidade motora;
  • Dificuldade em encontrar palavras para se expressar;
  • Tendência ao isolamento social.  

Como o paciente vai se perdendo de si?  

O Alzheimer varia em 4 estágios diferentes (inicial, moderado, grave e terminal), que tendem a evoluir com o tempo, de acordo com a degeneração dos neurônios. Dessa forma, não há uma cura, mas é possível conter o avanço.  

Fase inicial  

- Perda de memória recente;  

- Dificuldade para achar palavras e tomar decisões;  

- Desorientação no tempo e no espaço – a pessoa não sabe onde e em que dia está;  

- Falta de iniciativa;  

- Desmotivação geral;  

- Sinais de transtornos de humor;  

- Agressividade;  

- Falta de interesse por atividades e distrações.  

Fase moderada  

- Prejuízo maior da memória, com esquecimento de acontecimentos relevantes e de nomes de pessoas próximas;  

- Dependência importante de outras pessoas, inclusive para a higiene pessoal e o autocuidado;  

- Aumento da dificuldade para falar e se expressar;  

- Agressividade, irritabilidade e inquietação;  

- Desconfiança e ciúmes;  

- Alucinações visuais e auditivas.  

Fase grave  

- Perda da memória recente e antiga, com muita dificuldade para a recuperação de informações do passado e o reconhecimento de pessoas e locais conhecidos;  

- Dificuldade na alimentação e na deglutição;  

- Baixa capacidade de entender o que se passa no ambiente;  

- Desorientação dentro da própria casa;  

- Possível incontinência urinária e fecal;  

- Prejuízo motor, com necessidade de auxílio para se deslocar e evolução para uso de cadeira de rodas;  

- Necessidade de permanecer acamado, o que usualmente leva a infecções recorrentes, como pneumonia.  

É possível se prevenir da Doença de Alzheimer?  

Mesmo que a cura pareça distante, a Doença de Alzheimer pode ser evitada ou retardada. Assim, isso vai depender bastante da adoção de bons hábitos, tais como:  

  • Alimentação saudável;  
  • Não fumar;  
  • Fazer exercícios frequentemente;
  • Estudar sempre, ainda que seja manter uma leitura diária;
  • Reduzir o estresse.  

De que forma a ciência está estudando a cura?  

Os remédios atuais têm efeitos modestos e temporários e servem apenas para o tratamento. Mas os fármacos do futuro prometem desacelerar em demasia os efeitos nocivos do avanço da doença. Além disso, as expectativas são boas e os cientistas acreditam estarem evoluindo, no que se diz respeito a cura ou ao tratamento.  

Como lidar no dia a dia com alguém que tenha Alzheimer?  

Viver com alguém que seja portador da doença, não é tarefa simples e precisa de muitas adaptações. Dessa forma, existem algumas ações que podem facilitar este convívio. Veja o que você pode fazer:  

  • Use um tom de voz brando nas conversas;
  • Faça uso de frases curtas e claras;
  • Explique tudo da forma mais simples que puder;
  • Crie uma agenda diária;
  • Coloque calendários e relógios pela casa;
  • Seja paciente com perguntas e comportamentos repetitivos;
  • Incentive a pessoa a participar atividades que ela gosta de praticar;
  • Disponha de apoio emocional;
  • Ligue músicas relaxantes;
  • Proponha pequenas missões que a pessoa é capaz de completar;
  • Sempre que possível, mantenha as portas da casa trancadas;
  • Adote um pet. O convívio com um animal pode ser uma saída para acalmar os nervos e ter companhia.  

Como você acabou de verificar, a Doença de Alzheimer é um diagnóstico triste para o portador, porque conforme as fases vão avançando, o quadro do paciente vai piorando dia após dia, interrompendo quem ele era. Para a família, também é uma questão complexa, pois precisarão lidar com uma nova pessoa que necessitará de adequações domésticas e emocionais.   

Assim, não será fácil para ninguém, por isso o mais recomendado é que tanto paciente quanto familiares próximos procurem ajuda psicológica para conseguirem lidar da melhor maneira com essa contrariedade. Esperamos que este conteúdo tenha sido útil na sua pesquisa. Siga nosso Instagram para se manter sempre informado sobre o tema saúde.